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Alhos Vedros

Alhos Vedros e o Vinho

Gil vicente escreveu o seu Monólogo do Vaqueiro (1502) e mais tarde o Pranto de Maria Parda, peça ainda hoje quase desconhecida, onde o mestre ourives, pela voz da protagonista, anunciava os seus vinhos de eleição: Abrantes, Punhete, Arruda, Alcochete, Alhos Vedros, Barreiro, vinhos que hoje desapareceram (exceptuando Arruda), mas que ficaram na história literária pela pena de mestre Gil.

In “Portugal vinhos, cultura e tradição” José A. Salvador,
Pág. 36, ed. Círculo de Leitores

Um bom tema para os nomes de gatinhos: as inúmeras castas de vinhos.


Vinhos portugueses

Os vinhos portugueses são o resultado de uma sucessão de tradições introduzidas em Portugal pelas diversas civilizações que aí se sucederam, como os fenícios, cartagineses, gregos e, acima de tudo os romanos.
A exportação dos vinhos portugueses iniciou-se para Roma durante o Império Romano. A exportaçoes modernas desenvolveram-se com o comércio para o Reino Unido, após a assinatura do Tratado de Methuen, também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, assinado entre a Grã-Bretanha e Portugal, em 1703.
Portugal tem o mais antigo sistema de apelação do mundo, a região demarcada do Douro. Esta região, entre outras, como a dos vinhos Verdes, produzem alguns dos vinhos mais requintados, exclusivos e valorizados do mundo.
Portugal possui duas regiões produtoras de vinho protegidas pela UNESCO como património mundial: a Região Vinhateira do Alto Douro, onde se produz o conhecido generoso Vinho do Porto, e a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.
A vastíssima quantidade de castas nativas (cerca de 285) permite produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".
A qualidade e carácter único dos seus vinhos fazem de Portugal uma referência entre os principais países produtores, com um lugar destacado e em crescimento, entre os 10 principais produtores, com 4% do mercado mundial (2003). Considerado um produtor tradicional do Velho Mundo, 8% do continente é dedicado à cultura da vinha.


Penísula de Setúbal
Terão sido os Fenícios e os Gregos que trouxeram do Próximo Oriente bastantes castas para esta região e que, achando o clima ameno, misto sub-tropical e mediterrânico, influenciado pela proximidade do mar e dos rios Tejo e Sado, e da Serra da Arrábida se lançaram no plantio da vinha. Mais tarde, os romanos e os Árabes deram grande incremento à cultura da vinha nesta península. Com a fundação do reino de Portugal, vieram outros povos, nomeadamente os Francos, povo de antiquíssimas tradições vitícolas, que incrementaram a produção de vinho nesta região, tradição que ainda hoje prevalece.
É conhecida pelos vinhos generosos Moscatel de Setúbal, produzidos de castas moscatel, por vinhos tintos de cor intensa e aroma cheio onde se destaca a casta Periquita e por vinhos brancos elegantes, elaborados com predominância da casta Fernão Pires, que exibem um aroma frutado. A região, que reúne as DOC Setúbal e Palmela foi demarcada em 1907/1908.
Situada no litoral Oeste a Sul de Lisboa, é nesta região vitivinícola que se produz o famoso e tão apreciado Moscatel de Setúbal.
Esta região pode dividir-se em duas zonas orográficas completamente distintas: uma a Sul e Sudoeste, montanhosa, formada pelas serras da Arrábida, Rosca e S. Luís, e pelos montes de Palmela, S. Francisco e Azeitão, estes recortados por vales e colinas, com altitudes entre os 100 e os 500 m. A outra, pelo contrário, é plana, prolongando-se em extensa planície junto ao rio Sado.
O clima é misto, subtropical e mediterrânico. Influenciado pela proximidade do mar, pelas bacias hidrográficas do Tejo e do Sado, e pelas serras e montes que se situam na região, tem fracas amplitudes térmicas e um índice pluviométrico que se situa entre os 400 a 500 mm.
Os solos são argilo-arenosos ou franco-argilo-arenosos, calcários com ligeira alcalinidade, alguns deles compactos e férteis.
A qualidade dos vinhos desta região justificou o reconhecimento das Denominações de Origem Controladas "Setúbal" para a produção do vinho generoso, e "Palmela", na qual, para além dos vinhos branco e tinto, se inclui também a produção de vinho frisante, espumante, rosado e licoroso.
Castas portuguesas
Em Portugal, como na Europa, são usadas numerosas castas de Vitis vinifera. A vastíssima quantidade de castas nativas (cerca de 285) permite produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".
Algumas das castas tintas Portuguesas mais importantes são: Touriga Nacional, Baga, Castelão, Touriga Franca e Trincadeira (ou Tinta Amarela). Entre as castas brancas Portuguesas destacam-se: Alvarinho, Loureiro, Arinto, Encruzado, Bical, Fernão Pires, Moscatel e Malvasia Fina. Tradicionalmente combinam-se diversas castas brancas.
Na sequência da devastação causada pela filoxera em finais do século XIX, passou a ser utilizada uma casta Americana como porta-enxerto das castas Portuguesas são enxertadas. Apesar de terem características próprias, há que considerar que a mesma casta de uva poderá produzir vinhos diferentes consoante as condições em que é cultivada.
Tem existido um debate em Portugal relativamente ao uso de castas de castas estrangeiras. O debate contínua uma vez que muitos mercados estrangeiros parecem preferir castas que já conhecem como Cabernet Sauvignon em relação às castas Portuguesas, menos conhecidas.